Integridade do Lajeado Moraes através da análise biológica dos macroinvertebrados como bioindicadores de qualidade de água

Sobre o projeto

Os ecossistemas aquáticos têm sido alterados de maneira significativa devido a múltiplos impactos ambientais, principalmente ocasionados pela ação antropogênica. Os efeitos dessa degradação podem ser vistos na elevação e assoreamento dos córregos e na diminuição em sua diversidade biológica (Buckup, 2007).<br /> Tozato (2009) descreve que cursos de água doce estão intimamente relacionados com o ambiente ao seu redor, dependendo dele para satisfazer a maior parte as necessidades de suprimento de energia de seus indivíduos.<br /> Sob esta ótica, surgem alternativas de se averiguar a saúde e integridade desses ecossistemas aquáticos. Os indicadores ecológicos têm sido amplamente utilizados em monitoramentos desta natureza (Garay, 2001). Os macroinvertebrados bentônicos constituem uma importante parte de organismos aquáticos e seu uso como bioindicadores vem se sobressaindo devido a alta diversidade e sensibilidade às ações antropogênicas, servindo para detectar a qualidade ambiental dos corpos hídricos (Callisto et al. 2005). São fáceis de serem amostrados e tem custo relativamente baixo para sua coleta. A presença ou ausência de determinadas famílias em amostras pode, através de índices biológicos específicos, predizer com muita eficácia a qualidade da água de um determinado curso d’água.<br /> Nesta abordagem, este projeto visa dar continuidade ao monitoramento ambiental no Lajeado Moraes. Um trabalho científico e de extrema relevância ambiental, que iniciou com visitas in loco, mostra de fotografias, ações práticas como recolhimento de resíduos sólidos depositados indevidamente nas margens do local e plantio de árvores nativas em áreas sem cobertura vegetal. Essas ações envolveram não apenas o educandário, bem como várias entidades parceiras da sociedade e poder público.<br /> No ano de 2019, a EEB Cardeal Arcoverde conseguiu realizar a primeira coleta de macroinvertebrados bentônicos bioindicadores de qualidade de água em dois pontos do Lajeado, sendo um deles no meio rural e outro no meio urbano. Utilizamos esses indicadores, pois os mesmos são muito eficientes em predizer a saúde de um corpo hídrico. Para esta coleta, foram firmadas várias parcerias com a comunidade sãocarlense e região, aliando poder público, escola, promotoria pública e universidade –UNOCHAPECÓ.<br /> Além de explanações sobre trabalhos realizados com macroinvertebrados durante aulas de biologia, conferência sobre a água, mini-cursos sobre práticas aplicáveis em campo e laboratório foram realizados, tanto na escola, quanto na universidade.<br /> É importante frisar, que a investigação do lajeado envolve várias atividades distintas com alunos, grupo de escoteiros, clubes de serviço, voluntários e administração local. Porém realizar este projeto piloto, foi de grande importância para nos dar respostas de cunho científico sobre a integridade do lajeado. Para oferecer maior confiabilidade ao estudo da coleta dos bentos, a aplicação de um protocolo de avaliação ambiental foi imprescindível. Apontamentos empíricos já sinalizavam potencial de poluição na água, mas nenhum estudo mais detalhado havia sido realizado anteriormente, especialmente utilizando bioindicadores ecológicos.<br /> A realização da primeira coleta já corrobora com resultados de outros estudos em que se verifica que a ausência de mata ciliar, a erosão nas margens, destino inadequado de resíduos sólidos e esgoto em leitos de riachos, oferecem sérios riscos para a fauna, flora e integridade ambiental como um todo.<br /> Após as próximas coletas em pontos estratégicos do Lajeado, e os respectivos resultados, será possível apontar com maior precisão a realidade da probidade e os impactos dos ambientes estudados. Como já foi feito na primeira coleta, os resultados das próximas pesquisas serão difundidos à comunidade em geral buscando despertar a sensibilização, participação e ações efetivas para sua preservação, já que, trabalhos desta natureza, geralmente ficam restritos no âmbito universitário e podem ser estendidos às escolas públicas com efeitos significativos. Além da relevância do assunto água, a continuidade deste trabalho se deve ao fato de oportunizar novos alunos como agentes atuantes e críticos do processo em questão, já que o público alvo destas etapas está atualmente no término do ensino médio.<br /> No ano (2019), a unidade escolar foi premiada em 1º lugar na feira regional de Ciência e Tecnologia, passando para a fase estadual em Blumenau nos dias 28, 29 e 30 de outubro. Na ocasião, fomos agraciados com o 1º lugar, passando a representar o estado de Santa Catarina na fase Nacional que ocorrerá em março de 2020 em São Paulo-SP. Pretendemos seguir essa importante pesquisa.<br />

Resultados

Dar continuidade ao biomonitoramento do Lajeado Moraes buscando resultados mais precisos ( uma vez com esses materiais em mãos, poderemos realizar o biomonitoramento ao longo de até 05 anos, acrescento apenas pequenos materiais para sua continuidade);<br /> Associar mais métricas físicas e químicas para agregar mais valor ao trabalho de pesquisa;<br /> Propor através dos resultados dos pontos de coleta, alternativas para minimização dos impactos ambientais, enfatizando o respeito a legislação ambiental, a proteção das matas ciliares e o destino adequado de dejetos e rejeitos;<br /> Contribuir com a difusão de um trabalho científico aplicado em curso d’àgua do município de São Carlos, já que o projeto piloto aplicado pela primeira vez utilizando macroinvertebrados bentônicos como indicadores de qualidade de água foi realizado no Lajeado Moraes;<br /> Promover a cidadania, a participação da comunidade em geral na ótica da sustentabilidade ambiental;<br /> Realizar ampla divulgação deste trabalho de campo, prático e de iniciação científica, estimulando mudanças de posturas, instigando o estudo e a importância de parcerias para atingir um bem comum;<br />

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São Carlos/SC

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Jun/2020

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